Balança x Cirurgia

Muitos pacientes questionam por que é melhor emagrecer antes de realizar uma cirurgia plástica.

Em primeiro lugar a obesidade é um problema de saúde, não apenas de beleza. A cirurgia plástica nunca deverá ser realizada para emagrecimento, mas sim para modelar o corpo.

A obesidade por si só aumenta o risco de complicações cirúrgicas, como por exemplo, dificultar o controle respiratório durante a anestesia e aumentar o risco de trombose venosa. A área operada pode ter maior dificuldade de cicatrização quando a camada de gordura é mais espessa, pois prejudica a chegada dos nutrientes e oxigênio podendo levar a formação de seroma (acúmulo de líquidos), infecção e necrose.

O paciente obeso também pode estar sujeito ao desenvolvimento de outras doenças como pressão alta, diabetes, distúrbios do colesterol, entre outras. Tais doenças, se não estiverem controladas elevam o risco de complicações. Como exemplo, o diabetes atrapalha a cicatrização e a pressão não controlada, aumenta o sangramento.

Em relação ao resultado final, os pacientes acima do peso apresentam resultado inferior. Observamos resultados desproporcionais, como uma barriga lisa, devido à abdominoplastia, que não combina com braços rechonchudos.

No caso da lipoaspiração, o procedimento remove apenas a gordura localizada e não a generalizada, assim você pode fazer lipoaspiração de áreas determinadas, mas não é possível fazê-la no corpo inteiro.

Inclusive devemos lembrar que a gordura visceral (que está ao redor dos órgãos internos) não pode ser retirada com a lipoaspiração. Existe um limite determinado internacionalmente e reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica como o máximo para a lipoaspiração, 5 a 7 % de peso ideal para a altura da paciente.

Por exemplo, para uma paciente que tenha 1,60m, o máximo que poderia ser lipoaspirado seria em torno de 5 litros, desta forma se a paciente tiver 100 kg , essa quantidade de gordura não faria diferença para o visual dela, mas um paciente com 62 kg, esses mesmos 5 litros levaria a uma diferença considerável nas formas deste paciente. Caso fosse realizada uma lipoaspiração com volume maior, aumentaria o risco de complicações como sangramento, hipotermia e infecção.

O aconselhado é que os pacientes estejam dentro do peso para realizar uma cirurgia plástica, sendo que o IMC (índice de massa corporal peso dividido pela altura ao quadrado) deve estar abaixo de 30. Cada caso é estudado individualmente, e alguns pacientes, mesmo não tendo alcançado o IMC ideal, apresentam grandes perdas de peso, que culminaram em flacidez extrema de abdômen, por exemplo, ou pode haver uma indicação médica associada, como reconstrução pós-câncer ou outras.

A reeducação alimentar será ainda importante no pós-operatório, pois o paciente precisará manter o peso e consequentemente manter o resultado da cirurgia. No caso de pequenas variações de peso o resultado estético não é perdido, porém, caso se ganhe muito peso parte do resultado será perdida e se houver efeito sanfona a flacidez pode voltar. Além de que, a tendência é engordar preferencialmente nas áreas não operadas.

 

Emagrecer antes da cirurgia reduz o número de complicações como:

  • Trombose;
  • Seroma;
  • Infecção;
  • Problemas respiratórios;
  • Perda e resultado;
  • Impossibilidade técnica;
  • Dismorfismos.

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